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Concertos da Sinfônica marcam os 20 anos do Grupu neste fim de semana

Para marcar os 20 anos do Grupu (Grupo de Percussão da Unicamp), a Orquestra Sinfônica de Campinas realiza dois concertos especiais neste final de semana, no sábado, 21 de outubro, às 20h, e no domingo, 22, às 11h, no Teatro Castro Mendes. Sob a batuta do maestro Victor Hugo Toro, o Grupu interpreta uma obra emblemática do compositor Mário Ficarelli (1935 – 2014), o Concerto para Percussão e Orquestra, escrita em 1990.

O repertório reúne, ainda, peças conhecidas e sedutoras compostas por Claude Debussy (Marcha Escocesa sobre um Tema Popular), Richard Wagner (Prelúdio e Morte de Amor de “Tristão e Isolda”) e Richard Strauss (Morte e Transfiguração, Op. 24).

 

 

Grupu

O Grupu celebra seus 20 anos de atividade na temporada 2017/2018 com vários projetos especiais. Um deles é a gravação de três concertos para grupo de percussão dos compositores Sérgio Oliveira de Vasconcellos-Corrêa, Marlos Nobre e Mário Ficarelli. 

A banda, dirigida por Fernando Hashimoto, e Rodolfo Arilho, na codireção, é formada por  Maria Fernanda Pombalino, Rodolpho Simmel, Otavio Antoniacci Neto.

Desde sua fundação, realiza intensa atividade musical, transformando-se em um dos mais ativos grupos de percussão erudita do país, incluindo uma agenda regular de concertos, gravações, aparições em programas de rádio e televisão, bem como participações em importantes festivais de percussão da América do Sul, Europa e Estados Unidos. 

Em 2004, o Grupu realizou sua primeira turnê de concertos na Europa, e em 2005, lançou o CD Configurações para Percussão Contemporânea, com patrocínio da Petrobrás. Neste mesmo ano, promoveu uma série de concertos nos Estados Unidos. Em 2009, realizou sua segunda incursão na Europa patrocinado pelo Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura.

Os projetos multidisciplinares são uma das características do Grupu como o espetáculo Persephassa, baseado na obra de Iannis Xenakis, em parceria com a companhia de dança Cia. Domínio Público.

 

 

Obras

Considerações do pesquisador Leonardo Augusto Cardoso de Oliveira:

 

 

CLAUDE DEBUSSY (Saint-Germain-en-Laye, 1862 – Paris, 1918)

Marcha Escocesa sobre um Tema Popular

 

 

Claude Debussy é um ícone das ideias de seu tempo e representa a história musical vivida na época, assim como seus contemporâneos nas artes plásticas e literatura. Sua inclinação ao diferente sempre esteve presente, pois desde o início dos estudos formais seus professores não ficavam contentes com sua harmonia incomum e original. Buscou romper com a tradição musical daquele período e influenciou outros músicos, como Ravel, Satie e Bartók.

Sua Marcha Escocesa foi criada por encomenda do general escocês Meredith Read, sobre o tema do clã Ross, do qual descendia. A obra foi composta inicialmente para piano a quatro mãos e ganhou sua versão para orquestra após dez anos. Seu início, de tom misterioso, se modifica durante a obra, passando de um caráter de fantasia a uma inflamada marcha no final.

 

 

MÁRIO FICARELLI (São Paulo, 1935 – São Paulo, 2014)

Concerto para Percussão e Orquestra (1990)

 

 

Mário Ficarelli foi membro da Academia Brasileira de Música e, além de compositor, foi professor ativo em sua vida. Entre as instituições que lecionou estão o Conservatório de Tatuí e a Escola de Comunicações e Artes – USP. Como compositor, foi autodidata e por isso sua escrita não se relaciona diretamente a outro compositor, criando um estilo livre e próprio de criação.

Obras para percussão erudita são recentes no Brasil. A primeira composta foi em 1953 e, a partir de então, alguns compositores contribuíram para o crescimento do repertório no país. Entre elas temos o Concerto para Percussão e Orquestra, composta em 1990. Entre suas criações estão mais de 150 obras, tanto para instrumentos solos como para orquestra e música de câmara.

 

 

RICHARD WAGNER (Leipzig, 1813 – Veneza, 1883) 

Prelúdio e Morte de Amor de “Tristão e Isolda”

 

 

O drama musical wagneriano é marcado por grande expressividade. Sua proposta de expandir o sistema tonal e explorar os cromatismos abre caminhos, nas décadas seguintes, para outras estruturas como o atonalismo e a pantonalidade. Sua proposta em enaltecer a cultura alemã permeia todas as suas composições, assim como a relação em conectar todas as artes: música, dança, teatro, artes plásticas e o canto (Gesamtkunstwerk). 

Tristão e Isolda deriva de uma lenda celta, que conta a trajetória do enlace dos dois personagem apaixonados. Neste formato é apresentado o prelúdio do início da ópera e a última ária. Após uma vida de desencontros e dificuldades, ambos se encontram apenas no pós vida.

 

 

 

 

RICHARD STRAUSS (Munique, 1864 – Garmisch-Partenkirchen, 1949)

Morte e Transfiguração, Op. 24

 

 

Filho do trompista da Ópera de Munique, desde muito cedo envolveu-se com o ambiente musical. A escolha pela composição também foi precoce e, aos 24 anos de idade, compôs o poema sinfônico Morte e Transfiguração. Além de compositor, também foi regente e nos anos de 1920 e 1923 chegou a conduzir a Filarmônica de Viena no Rio de Janeiro, por 19 concertos.

O tema da morte é central nessa obra. Por ser uma composição programática, Strauss desenvolveu um roteiro para nortear um plano de ação. O prenúncio da morte é claro no início da obra, que remete à angústia que se sente ao percebê-la se aproximando. Notamos momentos de ternura, como se recordássemos das conquistas de uma vida. Sendo impossível escapar dela, a morte finalmente chega e o momento da paz final é estabelecido.

 

 

 

 

Programa

 

 

CLAUDE DEBUSSY (1862 – 1918)

Marcha Escocesa sobre um Tema Popular (7´)

 

 

MÁRIO FICARELLI (1935 – 2014)

Concerto para Percussão e Orquestra (1990) (15´)

 

 

RICHARD WAGNER (1813 – 1883) 

Prelúdio e Morte de Amor de “Tristão e Isolda” (17´)

 

 

RICHARD STRAUSS (1864 – 1949)

Morte e Transfiguração, Op. 24 (23´)

 

 

 

 

Serviço

Orquestra Sinfônica de Campinas

Participação do Grupu – Grupo de Percussão da Unicamp

Quando: 21/10, sábado, 20h;

22/10, domingo, 11h.

 

 

Onde: Teatro Municipal Castro Mendes (Praça Correia de Lemos, s/nº – Vila Industrial – Campinas). Fone: (19) 3272-9359.

 

 

Ingressos: sábado – R$30,00 (inteira), R$ 15,00 (estudantes, aposentados), R$ 10,00 (professores das escolas públicas e privadas de Campinas e das cidades da Região Metropolitana, pessoas com mobilidade reduzida e portadores de deficiências), R$ 5,00 (estudantes das redes municipal e estadual). 

domingo – valor promocional: R$ 6,00 (inteira), R$ 3,00 (meia entrada); R$ 2,00 (professores das escolas públicas e privadas de Campinas e das cidades da Região Metropolitana, pessoas com mobilidade reduzida e portadores de deficiências); R$ 1,00 (estudantes das redes municipal e estadual). 

Classificação indicativa: 6 anos.

Horário de funcionamento da bilheteria do Teatro Castro Mendes: terça a domingo, 16h às 21h. Nos dias dos espetáculos, a bilheteria abre uma hora antes do início da apresentação.

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