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ISA alimenta uma Campinas a cada 4 anos, atendendo mais de um milhão

A cada quatro anos, o Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação (ISA) – ONG criada pelos comerciantes da Ceasa Campinas para combater o desperdício de alimentos – beneficia uma população equivalente à de Campinas, com mais de 1,1 milhão habitantes. A entidade atende, em média, 22,5 mil pessoas por mês, o que dá 270 mil por ano, ou 1,08 milhão em quatro anos.

Segundo balanço feito pela ONG, de janeiro de 2013 até julho deste ano foram arrecadados 12.842.691 kg de hortifrútis excedentes no entreposto campineiro (média de 233 toneladas por mês). Esse volume daria para alimentar, diariamente, uma população de 50 mil pessoas, o equivalente a todos os habitantes da cidade de Artur Nogueira, por exemplo, por pelo menos um ano – considerando o consumo médio anual per capita de hortifrútis no Brasil, que é de 55,8 kg, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nesta sexta-feira, dia 25 de agosto, o instituto completa 33 anos com uma homenagem ao seu fundador, o empresário José Antonio Fernandes da Silva, mais conhecido como Zé Mineiro, que morreu em 6 de outubro de 2013. Uma placa com o nome dele será inaugurada na entrada da sede do ISA, na Ceasa Campinas. A cerimônia contará com as presenças do presidente da Ceasa, Wander Villalba, do presidente do ISA, o empresário João Benassi, além de comerciantes e funcionários do entreposto.

“O ISA coloca a alimentação como um direito social e, nesses 33 anos, sempre trabalhou, efetivamente, para que a população em situação de vulnerabilidade social e alimentar garanta o mínimo de dignidade e alimentação. É um trabalho de grande valia para o município de Campinas e região, com distribuição dos alimentos nos bairros. E isso faz com que a gente tenha um grande parceiro no combate à fome”, disse o presidente da Ceasa Campinas, Wander Villalba.

“O ISA foi idealizado há 33 anos por nosso amigo Zé Mineiro. Hoje, todos os permissionários da Ceasa Campinas acreditam e vêm trabalhando com amor e dedicação para atender a toda população que não tem condições de acesso a uma alimentação saudável. Sinto-me honrado de estar junto aos meus colegas à frente de um trabalho sério, voltado exclusivamente à dignidade humana”, disse o presidente do ISA, João Benassi.

História

O ISA é uma ONG que funciona dentro da Ceasa Campinas. Idealizada em 1984 pelo empresário José Antonio Fernandes da Silva, o Zé Mineiro, foi fundada como instituto dez anos mais tarde, em 25 de agosto de 1994, e é administrada pelos permissionários (comerciantes). A entidade surgiu para combater a fome e o desperdício, garantindo o aproveitamento do excedente de hortifrútis e incentivando doações dos comerciantes do entreposto.

Foi Zé Mineiro que teve a iniciativa de convocar alguns comerciantes do entreposto para propor que todos os alimentos descartados por perda do valor comercial fossem enviados para algum local onde seriam selecionados, separados e enviados para instituições de famílias carentes.

Ao mesmo tempo, a diretoria da Ceasa Campinas se associou ao fundador do ISA, e os primeiros frutos da parceria surgiram ainda nos anos 1980. Muitos permissionários começaram a doar os alimentos e a Ceasa cedeu um espaço específico para a triagem e distribuição dos produtos.

O projeto evoluiu e, em 1994, foi fundado o ISA, que mantém o modelo de sucesso até os dias de hoje. Frutas, verduras e legumes que não são comercializados, mas ainda muito bons para o consumo humano, são doados pelos comerciantes, recolhidos e estocados em câmaras frias para melhor aproveitamento, após passarem por triagem de qualidade e higienização no instituto.

A entrega dos alimentos às famílias cadastradas acontece nos bairros de maior vulnerabilidade social de Campinas e algumas cidades da região, totalizando 46 de pontos de distribuição.

Brasil

O trabalho do ISA contribui para reduzir as estatísticas de perda de alimentos no Brasil. Anualmente, são desperdiçadas cerca de 41 mil toneladas de alimentos em todo o País, segundo Viviane Romeiro, coordenadora de Mudanças Climáticas do World Resources Institute (WRI) Brasil. Esse número coloca o Brasil entre os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo, dentro da cadeia de perda com colheita, pós-colheita, distribuição e consumo.

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