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Projeto para controlar cheias dos córregos Proença e Serafim é apresentado

O projeto para controle das enchentes nas Avenidas Princesa D’Oeste e Orosimbo Maia foi apresentado nesta quinta-feira, dia 17 de março, em live nas redes sociais do prefeito de Campinas, Dário Saadi. O estudo apresentou como solucionar as cheias dos dois córregos da Bacia Anhumas, o Proença, onde fica a Avenida Princesa D’Oeste; e Serafim, na Avenida Orosimbo Maia. Esta é a primeira vez que a Prefeitura apresenta estudo técnico direcionado especificamente a resolver o problema.

Na divulgação do trabalho, o prefeito Dário Saadi frisou que o projeto básico trouxe todo o detalhamento necessário para funcionar como ponto de partida para as obras. O investimento necessário será da ordem de R$ 600 milhões. “Vamos buscar os recursos junto aos governos estadual, federal e organismos internacionais que financiam projetos de drenagem”, apontou Dário.

O secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, afirmou que há duas soluções adequadas para esse desafio. Uma delas é o alargamento ou ampliação da calha – o canal por onde a água corre – dos córregos, para evitar transbordamento dos rios; a outra é o armazenamento da água em ‘piscinões’. Por se tratar de regiões densamente povoadas, a proposta principal é a criação de piscinões. Serão criados reservatórios para abrigar a água da chuva a fim de evitar que escoe para as ruas.

“Estamos propondo a construção de sete reservatórios, começando no córrego Proença”, disse o engenheiro Aluísio Canholi, diretor da Hidrostudio, responsável pelo estudo. O papel dos reservatórios será conter a água em excesso, como a verificada por ocasião de chuvas fortes, evitando que ocorram enchentes e fortes enxurradas que representam ameaças a pessoas e veículos.

Obras em duas etapas

A primeira etapa do conjunto de obras abrange a criação de reservatórios para evitar transbordamento no Córrego Proença, na região do Centro de Treinamento do Guarani, Praça Ralph Stettinger e o córrego Serafim/Praça da Ópera. Essa fase também abrange a construção de galeria de derivação nas ruas Joaquim de Azevedo Marques e reforços de travessia no cruzamento da Avenida Orosimbo Maia com a Avenida Anchieta, Rua José de Souza e Rua Sampaio Peixoto.

Já a segunda etapa será constituída pela execução de reservatórios na Praça René Pena e Praça Ópera Joana de Flandres – ambos para servir ao córrego Proença – e na Avenida Anchieta com Orosimbo Maia – córrego Serafim. Também inclui obras de ampliação no reservatório do Ribeirão Anhumas, conhecido como Piscinão da Norte-Sul, já existente e que serve aos dois córregos.

Os reservatórios poderão ser feitos sob as estruturas, com cobertura, como no caso do CT do Guarani, ou sobre elas, como na Praça Ralph Stettinger.

Fases e prazos

O projeto contempla dois horizontes no tempo. A primeira fase resolverá a questão das enchentes causadas pelas chuvas de maior probabilidade de ocorrência, comuns no período do verão – chuva de 95 mm em duas horas. Já a segunda será voltada para atenuar as maiores cheias, causadas por chuvas que ocorrem mais raramente e que registram maior volume em curto espaço de tempo, com registro de 110 mm em duas horas.

Segundo Barreiro, a estimativa é que, a partir da obtenção dos recursos e realização da licitação, as obras de cada fase possam ser realizadas em 12 meses, simultaneamente ou na sequência. Ele também ressaltou a atenção que precisa ser tomada na execução de obras em áreas densamente povoadas. “Realizar obras em áreas urbanas, habitadas, é sempre extremamente difícil e exige intervenções que afetam a população. Por isso têm que ser planejadas e realizadas cuidadosamente”, reforçou.

Engenharia do projeto

O estudo apresentado nesta quinta-feira foi desenvolvido ao longo de seis meses pela Hidrostudio. A empresa foi contratada pela Secretaria de Infraestrutura com recursos oriundos de um Termo de Ajustamento de Conduta.

O engenheiro projetor, Aluísio Canholi, é referência em controle de cheias no Brasil e já participou de projetos das principais barragens brasileiras. Atuou no projeto do reservatório do Pacaembu, em São Paulo (SP), e, em Campinas, foi responsável pelo projeto da barragem do Quilombo, situada no Córrego da Lagoa, na Bacia do Ribeirão Quilombo, na região do Jardim São Marcos.

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