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Variabilidade do clima: Centro de Resiliência discute tema com docente da Unicamp

O Centro de Resiliência a Desastre de Campinas (CRDC), coordenado pela Defesa Civil do município, tem promovido discussões com especialistas com o objetivo de aprimorar as ações locais e regionais. A variabilidade do clima foi o último tema abordado em evento realizado pelo Centro. Diferenças entre os conceitos de clima e tempo (que não são sinônimos), aquecimento global e alterações climáticas foram tratados pela professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Aline Pascoalino, do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IG). 
 
Servidores da Defesa Civil de Campinas, Jundiaí e cidades da região, além de representantes da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp) participaram do evento com a docente na última quarta-feira, 10 de janeiro. O encontro, realizado na sede da Defesa Civil de Campinas, permitiu aos participantes compreenderem melhor conceitos-chave relacionados ao clima e ao tempo.
 
Para a professora Aline, a previsão meteorológica é uma ferramenta muito útil a ser utilizada pela Defesa Civil, porém, é preciso que as cidades planejem suas ações preventivas com base no clima urbano e como cada porção do território é impactada pelas chuvas. "Nos interessa a repercussão da dinâmica da atmosfera no aspecto geográfico. O centro da cidade vai interagir com uma chuva de 50mm de maneira diferente da periferia. Outro município da região metropolitana interage de outra forma”, explicou.
 
A docente destaca que é preciso pensar em como os diferentes pontos da cidade serão afetados em cenários futuros. “Características diferentes vão exigir um outro tipo de ação da Defesa Civil, por exemplo, para um mesmo evento atmosférico", disse. Entre esses cenários está a hipótese do aquecimento global. "Se os modelos se concretizarem precisaremos de estruturas eficientes que devem ser construídas no presente", completou. 
 
Clima e tempo
 
O clima em cada região é avaliado ao longo de 30 anos, ciclo de médio prazo, e inclui anos com características semelhantes, mais chuvosos ou mais secos, por exemplo. Já o tempo tem um ciclo muito curto e volátil. Embora confundidos como sinônimos, são conceitos diferentes e a previsão de como se comportam também muda. “Temos uma previsão muito eficaz para todos os dias. Mas, quando falamos em um cenário para daqui a 40, 50 anos, a previsão vai se tornando mais imprecisa”, ressaltou a professora. 
 
Fenômenos de variabilidade do clima repercutem na temperatura. Os anos de El Niño causam as ondas de calor em agosto e os da La Niña ondas de frio em novembro, por exemplo. Outros fatores também contribuem. As chuvas da região Sudeste são alimentadas pela umidade que vem da Amazônia. Um desmatamento maciço da floresta impactaria no regime de chuvas. Também impactam a queima de combustíveis fósseis e as indústrias. O homem entra como uma das causas dessa variabilidade e há uma série de escalas que se relacionam e vão repercutir no dia a dia como o microclima (um bosque, uma rua ou uma edificação), o clima local e regional (cidade, região metropolitana, região natural) e o clima regional (o globo, oceano, continente). 
 
A professora destacou também a importância do entendimento sobre conceitos como as mudanças climáticas globais, que devem ser interpretadas, como o nome indica, em uma escala global. Já o aquecimento de origem antropogênica, ou seja, causado pelo homem, está localizado e afeta a escala local.
 
Ações
 
Durante a conversa com a professora Aline, os agentes levantaram questões como a importância da educação ambiental e dos sistemas de monitoramento em tempo real para as Defesas Civis. A docente destacou que existe uma urgência climática e que é preciso criar uma cultura de risco, lembrando que a "chuva vai chover", ou seja, a preparação é a chave para enfrentar e evitar as emergências e desastres, incluindo nisso a necessidade de comunicação e preparação da sociedade. 
 
“Nós que lidamos com isso na ponta precisamos ter mais conhecimento desses conceitos", afirmou o coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado. 
 
Na região metropolitana de Campinas, diversas ações já estão sendo feitas neste sentido, como a autoavaliação global da resiliência a desastres da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Leia mais aqui: Cidades da RMC analisam o relatório de autoavaliação da resiliência conduzido por Campinas (https://portal.campinas.sp.gov.br/noticia/51850). 
 
Em nível municipal, treinamentos para a comunidade são promovidos para apresentar ferramentas de monitoramento que podem ser usados pelas pessoas e os alertas. Além disso, atualmente, a Operação Verão está em curso e vistorias preventivas e mais ações educativas são promovidas. Veja: Equipes da Operação Verão já realizaram 38 vistorias preventivas em Campinas (https://portal.campinas.sp.gov.br/noticia/51839).
 
O evento contou com a presença de Vera Rodrigues do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas; Sérgio Gomide, Diretor Técnico da Agemcamp e Lilian Pires, Diretora de Gestão da Agemcamp. 

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